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Paleontologia

Novo peixe fóssil é descoberto no Triângulo Mineiro e amplia conhecimento sobre fauna do Cretáceo

Publicado: Terça, 14 de Janeiro de 2025, 11h32


Mandíbula do novo peixe fóssil de Campina Verde, Britosteus amarildoi, em vista lateral esquerda (acima) e em vista ventral (abaixo). Foto: Agustín Martinelli.

 

Pesquisadores do Centro de Pesquisas Paleontológicas “Llewellyn I. Price”, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Peirópolis, anunciaram a descoberta de uma nova espécie de peixe fóssil pertencente aos Lepisosteiformes, grupo atualmente restrito à América do Norte, América Central e Caribe. Batizada de Britosteus amarildoi, a espécie foi encontrada na Formação Adamantina, parte do Grupo Bauru, em rochas datadas do final do Período Cretáceo, há cerca de 80 milhões de anos, no sítio paleontológico Fazenda Três Antas, em Campina Verde (MG).


Reconstrução em vida de Britosteus amarildoi. Ilustração: Pedro Henrique Fonseca.

A nova espécie se destaca por suas características morfológicas únicas: um peixe de pequeno porte, com menos de 50 centímetros de comprimento, focinho curto e arredondado e mandíbula equipada com minúsculos dentes cônicos, adaptados para a captura de pequenas presas. A descrição foi possível a partir de fósseis que incluíram ossos do crânio, mandíbulas com dentes e escamas.

A descoberta é significativa por ampliar o conhecimento sobre a diversidade dos peixes que habitavam os ambientes continentais no final da Era Mesozoica, quando os dinossauros ainda dominavam o planeta. Atualmente, os Lepisosteiformes contam com apenas sete espécies vivas, mas no passado era muito mais diversa e amplamente distribuída.



Reconstrução 3D da mandíbula e dentes de
Britosteus amarildoi.

O nome da nova espécie homenageia dois importantes colaboradores da paleontologia brasileira. O epíteto específico amarildoi faz referência a Amarildo Martins Queiroz, ex-proprietário da Fazenda Três Antas, que colaborou com os pesquisadores e descobriu os primeiros fósseis de crocodilos no local. Já o nome do gênero Britosteus é uma homenagem ao professor Paulo Brito, destacado paleontólogo brasileiro, conhecido por suas contribuições ao estudo da fauna de peixes fósseis de Gondwana.

Desde 2011, a Fazenda Três Antas tem sido um importante campo de pesquisa paleontológica, resultando em descobertas como os crocodilos pré-históricos Campinasuchus dinizi e Caipirasuchus mineirus. Agora, Britosteus amarildoi se junta a essa lista de fósseis notáveis.



Equipe do Centro de Pesquisas Paleontológicas “Llewellyn Ivor Price”, Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, UFTM, em campo durante coleta dos fósseis de
Britosteus amarildoi. Da esquerda para a direita: Thiago Marinho, Agustín Martinelli, Fabiano de Morais e Luiz Carlos Borges Ribeiro.

A equipe responsável pela descoberta é composta por pesquisadores brasileiros e argentinos de diversas instituições, incluindo a UFTM, o Museu Argentino de Ciências Naturais “Bernardino Rivadavia” e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo foi publicado no periódico Journal of South American Earth Sciences.

Para acessar o artigo completo: Martinelli, A.G. et al. (2025). A new early diverging lepisosteid fish (Lepisosteiformes) from the Late Cretaceous of southeastern Brazil. Journal of South American Earth Science 152: 105325.
Link: ScienceDirect.

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Assunto(s): Paleontologia
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