Zebu Baja quer avançar posição no SAE Brasil neste final de semana

A Equipe Zebu Baja UFTM participará  da 23ª Competição Nacional Baja SAE Brasil que será realizada na cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo, entre os dias 8 e 12 de março. Ao todo, inscreveram-se 88 equipes de várias instituições de ensino do Brasil. Será a quarta participação da equipe da UFTM. "Nós estamos com perspectiva de ficar entre as 15 melhores equipes, pois no ano passado conquistamos a 21ª colocação dentre 74 equipes participantes", acredita o professor Marcos Shimano, coordenador do projeto de Extensão Universitária Zebu Baja. Atualmente, a equipe conta com 29 alunos participantes que estão matriculados nos cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica, Civil, de Produção e de Alimentos da UFTM.

Vestidos com camiseta da equipe, terminaram de guardar o protótipo finalizado no caminhão no final da tarde de ontem. Hoje, o grupo chega de manhã em São José dos Campos onde fará o credenciamento e se reunirá com as outras equipes. A primeira prova é a de segurança que acontece no dia 9. "Passar nas provas de segurança é a parte mais difícil da competição, porque se não conseguir passar, você nem liga o carro. Passando-se  nas provas de segurança, é a vez da prova de freio e de motor, quando entramos na competição e começamos a brigar por pontos", explicou Shimano. No sábado, começam as provas dinâmicas, valendo ponto, com aceleração, provas de obstáculo, manobras e tração. No domingo, o último dia, acontece o enduro. São  quatro horas de prova. Ganha a equipe que tiver o maior número de voltas no período.

Wilber Silva Leonel Júnior, aluno do curso de Engenharia Mecânica, é pela segunda competição o capitão da equipe Zebu Baja. Para ele, o carro foi melhorado e tem condições de chegar entre os 10 primeiros colocados. "A principal evolução em relação a material foi no acabamento e design do carro. Usávamos poliestireno para fazer as carenagens, mas era muito quebradiço. Começamos então a utilizar manta vinílica e fibra de vidro, um material com a mesma resistência, mas menos quebradiço. Tornou-se uma carenagem mais duradoura. E um dos erros que tínhamos no projeto é que a coluna de direção acabava se soltando porque a trava na caixa era muito fraca. Então aumentamos o furo e pusemos uma trava dimensionada para coluna não sair", relatou o capitão.

No que depender do piloto, Danilo Hayasaki, aluno do curso de Engenharia Elétrica, as chances só aumentam. “Faço parte da equipe há quatro anos e será minha terceira vez como piloto. Hoje eu me sinto mais preparado. Antes não tínhamos feito tantos testes no carro. A primeira vez que pilotei foi em uma competição. Estamos mais preparados agora. Estou mais seguro. E com as correções, o carro está bem melhor. Penso que podemos passar em qualquer obstáculo sem quebrar".

Para o professor Shimano, dá ânimo ver a felicidade dos alunos e observar o desenvolvimento da formação de cada um. "Após participarem do projeto, vê-se que têm maior possibilidade de conseguir estágio, até de conseguir emprego, porque muitas empresas nacionais ficam de olho nessas competições. Quando um candidato fala em uma entrevista que já participou de um projeto como o Zebu Baja, a empresa já muda o olhar, principalmente as maiores. A minha satisfação é ver isso, que o grupo está melhorando tanto na competição quanto na formação".

Os alunos confirmam a percepção do docente. "Estamos todo dia aqui trabalhando com circuito, soldando alguma coisa e na faculdade não vemos muito isso. Dá um ânimo para continuar a faculdade", afirmou Danilo. "Quando eu entrei no curso, nunca pensei que poderia trabalhar com essa área da engenharia mecânica, como a do Baja. Acho que eu conheci engenharia mecânica na prática mais no projeto. Tanto é que já estou determinando a área que vou trabalhar no futuro baseado nas escolhas que eu fiz na equipe, como análise estrutural e programação visando à otimização de projeto. Eu recomendo a todos os alunos a participação em projetos, é fundamental. Mesmo de férias,  passei-as na oficina da engenharia mecânica. São três anos sem ter férias, mas que valeram a pena".

O Programa Baja Sae Brasil

O programa Baja SAE BRASIL é um desafio lançado aos estudantes de Engenharia que oferece a chance de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, visando incrementar a preparação para o mercado de trabalho. Ao participar, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de um veículo off road, desde sua concepção, projeto detalhado, construção e testes.

A competição
Os alunos que participam do Baja SAE BRASIL devem formar equipes que representarão a Instituição de Ensino Superior a que  estão ligados. Estas equipes são desafiadas anualmente a participar da competição, que reúne os estudantes e promove a avaliação comparativa dos projetos. No Brasil, a competição nacional recebe o nome de Competição Baja SAE BRASIL e as competições regionais são nomeadas como Etapa Sul, Sudeste e Nordeste.

As etapas da competição não são complementares e a equipe vencedora do Baja nacional ganha o direito de competir na etapa internacional da prova nos Estados Unidos.